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quarta-feira, 26 de agosto de 2020

Crítica – Filmes: Artemis Fowl: O Mundo Secreto

 


Teoricamente tudo funcionaria, mas...

por Alexandre César


Branagh e Disney erram feio ao adaptar a série

 

"O Filme": 125 milhões de dólares direto para o streaming...


Desde que um certo bruxinho pôs os pés numa escola de magia na Inglaterra, ganhando uma legião de fãs e, o mundo, graças a sua mais do que bem sucedida transição para a tela grande, que os estúdios estão mais do que avidamente caçando séries literárias juvenis que tenham potencial para tornarem-se rentáveis franquias, e assim tornarem-se possuidores do “Novo Harry Potter”. Não é necessário dizer na grande maioria das vezes eles deram com os burros n´água por optarem por “caminhos fáceis” que frequentemente descaracterizavam as obras que tinham em mãos criando um “mais-do-mesmo” que não agradava aos fãs do original e sem um diferencial que atraia o espectador ocasional de cinema. 

quinta-feira, 13 de agosto de 2020

Crítica - Séries: Perry Mason - 1ª Temporada



Noir Ensolarado e Melancólico  
 
por Alexandre César




Fiel ao espírito mas não à representação

Raymond Burr na encarnação consagrada
do personagem entre 1957 a 1966...

    Surgido nas páginas dos quase 80 livros de Erle Stanley Gardner (1889 - 1970) sendo muitos deles publicados postumamente, o advogado criminal Perry Mason (lançado no livro O Caso das Garras de Veludo de 1933) caracteriza-se por ser sempre dedicado a seus clientes (ele só aceita defender indivíduos que ele saiba que são realmente inocentes) independente de suas origens e classe social, sabe-se pouco sobre a sua origem, família, idade e aparência, pois o autor deliberadamente sempre descreveu muito mais o espírito e atitude do personagem do que o seu aspecto exterior, dando-lhe um aspecto mítico, que facilita por uma lado a sua adaptação (mas que nunca explorou a sua personalidade verdadeiramente) tendo sido imortalizado na série veiculada entre 1957 e 1966 com Raymond Burr pela rede CBS, que foi a precursora do gênero “procedural”(aquele cuja narrativa de cada episódio se foca num caso que é investigado a cada semana, não tendo nenhuma conexão entre demais) além de aparecer em programas de rádio, filmes para o cinema e TV e até quadrinhos e jogos, sem contar de ter se tornado uma referência nos meios jurídicos*1.

terça-feira, 11 de agosto de 2020

Crítica - Séries: 3% – 3ª Temporada

 

 

Encontrando o próprio mérito...

 

por Alexandre César


Apesar de tropeços, série cresce e se firma

 

Ausência: É revelado que Fernando sacrificou-se 
defendendo a "Concha"...
 
 
- Eles dizem que os 97% não prestam mas eu digo que não, e vamos provar para eles o quanto estão errados!”
 
Glória (Cynthia Senek) e Michelle (Bianca Comparato) 
administram a "Concha" e, o legado de Fernando 
até as circunstâncias colocarem-nas em rumo de colisão...
 
 
Com esta frase de Michele Santana (Bianca Comparato de Somos Tão Jovens) define o seu projeto de comunidade logo no início da 3ª temporada de 3%, a produção sci-fi nacional que que tornou-se a primeira aposta da Netflix e dividiu opiniões no país, mas fez um grande sucesso fora, mostrando que a alta expectativa do público nacional pode ter atrapalhado mas, superando os desafios e, principalmente os preconceitos típicos do próprio brasileiro, que costuma ser demasiado crítico a produções que fujam ao lugar-comum do que seria uma “produção nacional”, falada em português (o idioma que boa parte do público prefere trocar pela dublagem em inglês, alegando muitos, que deixa a história “mais natural de seguir...” ).
 
Irmãos: Rafael (Rodolfo Valente, deitado) e seu maninho Artur 
(Léo Belmonte) tem bons momentos de união e conflito...
 
Joana (Vaneza Oliveira) e Natália (Amanda Magalhães) se tornam
os últimos membros da "Causa" e procuram formas de seguir 
com o movimento...
 
 
 De qualquer forma, o seriado criado por Pedro Aguilera (Onisciente) evoluiu bastante no segundo ano, aumentando o número de locações e complexidade da história, e isso permanece na terceira temporada, que é uma releitura direta da primeira, levantando os mesmos assuntos discutidos sob uma mesma filosofia e ambiente, lembrando o teor chocante da 1ª Temporada, e realçando questões marcantes e sequências inspiradas.
 
O CGI das panorâmicas do "Continente" continuam com um 
"quê" de vídeogame, agora parte da assinatura visual da série...
 
 
Michele realizou o sonho de Samira, uma das fundadoras (varrida para debaixo do tapete da narrativa oficial...) do Maralto e fez a Concha, uma alternativa ao próprio Maralto e ao Continente. Neste local, há um trabalho coletivo para fazer algo bom para todos, numa utopia que reflete bastante a construção ideológica inicial adotada pelo Maralto.  
 
A Comandante Marcela (Laila Garin) faz uma "oferta irrecusável" 
à Michelle, mas ela a rejeita...
 
Michelle, que tanto odiava o "Processo", acaba sendo 
obrigada à criar uma seleção similar à do "Maralto"...
 
 Como mostrado na temporada anterior, os fundadores queriam que o local tivesse um nível impossível de perfeição, após todos os problemas do Continente. Mas, para a narrativa se aprofundar, o sonho da Concha entra logo no começo em colapso, não por um acontecimento mirabolante, mas por uma tempestade de areia aleatória surgida do nada (o que leva a pensar como raios, ergueram uma super construção no meio do deserto mas não tinham um plano de defesa contra tempestades de areia e só a perceberem quando ela já havia chegado, apesar de terem um sistema de monitoramento 24 horas,...) fazendo com que Michele tome uma decisão extrema: é necessário selecionar quem ficará ou não no local, reduzindo o contingente populacional a... 10%. Familiar, não?
 
Descobrimos que o "Casal Fundador" Laís 
(Fernanda Vasconcellos) e Elano (Silvio Guindane) tiveram 
de abdicar de sua filha Tânia para o "processo"...
 
Dividida sobre as suas lealdades Elisa (Thais Lago) ajuda Rafael 
(que está escondido) que convence o irmão Artur a 
lhe dar mais uma chance...
 
Assim, a terceira temporada de forma muito inteligente espelha a primeira, brincando com a nossa percepção sobre “certo” e “errado”, repetindo, na Concha, o tão demonizado processo de seleção feito pelo Maralto, ainda que com outros contornos, e nisso fica indefinido para qual lado torcer, se para os eliminados do processo ou para os que ficam na Concha, sendo as provas desenvolvidas por Michele criativas e instigantes, não tendo aquele tom de eliminação de “Reality Show” que as provas do processo do Maralto tem, até porque como a própria Michele repete várias vezes: “nenhuma seleção é justa”, mas infelizmente, dessa vez, a protagonista não cresce na temporada tão bem quanto os outros personagens, perdendo a chance de de entregar grandes cenas de introspecção e reflexão, fruto dos muitos altos e baixos decorrentes de ver o sonho da Concha não sair como o esperado, obrigando-a à criar um “Processo” contra sua vontade; e nisso vendo como as pessoas que antes a amavam começam a odiá-la rapidamente, fruto do quanto ela fica solitária nestes momentos (assim como aconteceu com o Casal Fundador, apresentando o que há por trás de tais decisões) e como, muitas vezes, o autor da prova também colhe frutos amargos com seus resultados.
 

Marcela, e André (Bruno Fagundes) o irmão ardiloso de Michele, 
no final "Criaram uma 'dificuldade' para venderem uma 'facilidade'" no melhor estilo brasileiro...
 
 
Há na trama um claro salto de tempo depois que a Concha é formada, unindo personagens de diferentes núcleos, parecendo inicialmente confuso, mas todas as tramas da história vão ganhando espaço em flashbacks muito bem encaixados para contar pontos da história, como quando o conselho do Maralto institui a esterilização de sua população, pois se a sua população se reproduzisse, junto com aporte anual de finalistas do Continente, logo os recursos de produção de alimentos, habitação, etc... seriam comprometidos); ou, quando descobrimos quem fundou A Causa, o movimento de resistência que combate O Processo, ou ainda quando se detalha mais o passado da Comandante Marcela (a ótima Laila Garin de Chacrinha: O Velho Guerreiro) e sua relação com Leonardo, seu pai e membro do Conselho do Maralto (o cantor Ney Matogrosso, numa boa e seca atuação) e o peso de carregar o nome Alvares, deixando-a mais tridimensional do que uma mera  “vilã à Game of Thrones. Ainda temos ao final um movimento arriscado de André, o irmão ardiloso de Michelle (Bruno Fagundes de Sense 8) contra a autoridade de Nair (Zézé Motta de Xica da Silva) e o conselho. Todos esses possíveis desdobramentos estavam presentes desde o começo da série, ficando agora melhor definidos em termos dramáticos.
 
A direção de arte cria ambientes de aspecto orgânico e funcional 
para a "Concha", cujos corredores labirínticos, lembram 
as circunvoluções de uma concha real...
 
 
Nesta temporada temos um amadurecimento sólido de seus personagens, com destaque para Marco Alvares (Rafael Lozano de Marighella); Rafael Moreira (Rodolfo Valente de 13 Andares numa ótima performance) que cria uma boa sinergia com seu irmão caçula Artur (Léo Belmonte de Patrulha Salvadora); Glória (Cynthia Senek de Malhação) que deixa de ser a “menina meiguinha da igreja” e assume um protagonismo ainda que questionável; Xavier (o iniciante Fernando Rubro)um quase alívio cômico e, temos Joana Coelho (a excelente Vaneza Oliveira de Mãe não chora) que continua sendo a personagem forte (e uma das mais verdadeiras de toda a história), que desconfia de todo e qualquer “salvador”, incluindo Michele, mas apesar de incrédula, ela se permite conhecer a Concha e reconhece o seu potencial, ficando receosa com o rumo que as provas do “novo Processo” levará a comunidade que era para ser “uma alternativa ao estabelecido pelo Maralto”. Joana também se deixa, finalmente, levar pelos sentimentos e aceita o amor, numa mudança lenta e gradualmente construída ao longo da temporada.
 
André e Marcela instigam a rebelião na "Concha" para tomarem 
conta de tudo dentro da "legalidade"...
 
 
A fotografia impecável de Rafael Martinelli (Tempero Secreto) e Eduardo Piagge (Onisciente) com sua palheta de cores quentes que a edição de Vinicius Prado Martins (Fortunato) Olivia Brenga (Bixa Travesty) Ricardo Gonçalves (O Menino que Matou Meus Pais / A Menina que Matou os Pais) Christian Chinen (Música para Morrer de Amor) complementa num ritmo encadeando lirismo ao conhecermos os filhos de alguns personagens, percebendo o olhar infantil e o tom mais cinético quando a população se rebela contra Michelle, lembrando um mix de timbalada, culto evangélico e ato público populista, permeada pela música do estúdio Submarino Fantástico (Em Nome dos Pais) e André Mehmari (Gigantes do Brasil) que trabalha bem os momentos dramáticos e sublinha um certo lirismo e desilusão, como quando em sua seleção inclui na sequência da tomada da Concha a interpretação inspirada de Johnny Hooker para Bom Conselho de Chico Buarque, ou Mulher do Fim do Mundo interpretada por Elza Soares refletindo a reflexão de Joana sobre tudo à sua volta.
 
Leonardo (Ny Matogrosso) o pai de Marcela e o mais célebre dos 
"Alvares", a família tradicional que sempre passou no "Processo"...
 
A "Concha" abriga em seu interior um equipamento que poderá
 permitir à "Causa" dar o troco no "Maralto", que ferrou com o 
"Continente" há um século, criando a disparidade social da série...

 
A direção de arte de Fernando Zucolotto (Onisciente) e a decoração de sets de Mario Surcan (Solo) define bem o espírito da Concha, que contrasta o uso de materiais naturais em com a tecnologia sutil e avançada do Maralto, num minimalismo elegante e funcional, além de soluções criativas ao mostrar o aspecto miserável do Continente como um quebra-cabeças faltando inúmeras peças como o trecho em que Joana e Natália (Amanda Magalhães de Psi) fogem dos soldados passando de andaimes e aramados, para trechos de habitações danificadas e até seções de aviões de passageiros desativados, num grande ferro-velho, coisa que se reflete nos figurinos de Graciela Martins (Trabalhar Cansa) que flerta com o estilo “Mad Max” das roupas de guerra de Glória e de Marco quando estes vão à luta.
 
Glória (Cynthia Senek) e Marco (Rafael Lozano): O 
novo "Casal Fundador"???
 

Ao refletir temas da primeira temporada, 3% entrega em sua terceira temporada a mensagem de que a história é cíclica e, apesar das diferenças, ela está condenada à repetir-se, como demonstra a mudança rápida de opinião dos moradores da Concha mostrando o quanto a humanidade sempre está vulnerável ao discurso de “messias”e de “grandes salvadores”, mostrando com profundidade em seu texto que 3% ainda pode ser considerada uma grande produção brasileira, e não apenas a “primeira produção nacional da Netflix, tendo a crítica como elemento secundário e imaginário nesta trama que discute meritocracia e desigualdade social sem o semblante que narrativas do gênero que sempre lembram o espectador de que ele está assistindo a um projeto que quer alfinetar alguém ou alguma coisa, e assim pavimenta o seu caminho rumo àum futuro conflito que deverá encerrar as histórias de seus personagens e (se continuar com a coragem mostrada até aqui...) podemos esperar uma 4ª Temporada com tudo para terminar com uma mensagem realmente importante ao seu público.


Como diria a música: " -Vamos quebrar tudo...! Vamos, vamos..."

Quatro temporadas. Um feito e tanto apesar dos incidentes de percalço decorrentes do Brazill não conhecer e não gostar do Brasil...

O futuro, à audiência pertence...


quinta-feira, 6 de agosto de 2020

Crítica - Filmes: Scooby! O Filme


Um pequeno passo para um cão, um grande passo...


por Alexandre César


A Mistério S.A. em sua primeira animação para o cinema


Obs: Poucos spoilers


Origens: Surgido próximo ao Halloween de 1970, a "Mistério S.A."
fêz o seu debut rumo ao sucesso...


Surgido no agora longínquo mês de setembro de 1970 próximo do Halloween) Scooby-Doo Cadê Você? Foi instantaneamente um dos maiores sucessos do estúdio de animação Hanna-Barbera, que nos anos anteriores haviam emplacado sucesssos como Os Flintstones, Jonhy Quest, Os Jetsons, A Corrida Maluca, e tantos outras séries animadas com personagens memoráveis que marcaram a infância de gerações, sendo até hoje referência para muito marmanjo que sempre dis que “- Naqueles tempos sim os desenhos eram legais!!!”

Live action: Em 2002 a "Mistério S.A." chegou aos cinemas em carne,
osso e CGI, tendo uma continuação em 2004 e
mais duas direto para a TV...


As aventuras da trupe de adolescentes que corriam as estradas dos EUA na sua van verde, a Máquina Misteriosa, desvendando mistérios sobrenaturais que sempre se revelavam golpes de empresários, bandidos ou qualquer “cidadão de bem” local querendo se dar bem em cima do medo de suas comunidades imortalizou bordão “- E eu teria conseguido se não fossem esses moleques intrometidos!!!” e assim Salsicha, Fred, Daphne, Velma e é claro o enorme pastor dinamarqês comilão, seguiram tendo ao longo dos anos várias séries, especiais de TV e geraram em seu próprio estúdio várias séries que eram reciclagens do seu conceito, que até conseguiram ter uma identidade própria como Fantasminha Legal, Goober e os Caçadores de Fantasmas, Clue Club, mas que nunca tiveram tanta força quanto o original.

Agora mais uma vez a "Mistério S.A." vem para a tela grande,
só que desta vez, no seu veículo ideal.


E assim os “moleques enxeridos” seguiram até aportarem na tela grande em Scooby-Doo (2002) sua versão live action de 2002 e sua continuação Scooby-Doo 2: Monstros à Solta (2004), dirigidos por Raja Gosnell, com Matthew Lillard, Freddie Prinze Jr., Sarah Michelle Gellar e Linda Cardellini como Salsicha, Fred, Daphne e Velma (com um Scooby em CGI) que ainda tiveram duas continuações feitas direto para a TV à cabo em 2009 e 2010 dirigidos por Brian Levant com uma elenco mais barato, e a turma da Máquina Misteriosa teve fôlego para continuar bombando na TV, emplacando outros longas em animação e duas séries, ampliando a mitologia da série nestes tempos pós-Arquivo X e tendo inclusive feito uma participação especial no seriado Supernatural*, provando estar prontos para ousar subir mais um degrau.

Vemos a Origen da amizade entre Shaggy e Scooby, na infância...

Mais adiante, o grupo se une, dando origem à "Mistério S.A."...


Agora, enfrentando a realidade imposta pelo Corona Vírus, que ameaça seriamente a indústria do entretenimento (sendo aqui lançado nas plataformas on demand ) Scooby! (2020) se propõe a atualizar o universo da turma para uma nova geração, afeita ao streaming, aos Iphods e ao distanciamento social, numa divertida animação que deve agradar às gerações que cresceram acompanhando as aventuras da turma, passando de pais para filhos e netos.

Após um "racha" na "Mistério S.A." Shaggy e Scooby encontram a
 dupla Falcão Azul & Bionicão, os
heróis de sua infância...

 Falcão Azul & Bionicão, também são criações de Joe Ruby e
Ken Spears para a Hanna-Barbera nos anos 70...


Dirigido por Tony Cervone (Duck Dodgers) com roteiro de Matt Lieberman (A Família Addams). Adam Sztykiel (Rampage: Destruição Total) Jack Donaldson e Derek Elliott (Ghost Graduation), a partir da história de Lieberman, Eyal Podell (Carros 3) e Jonathon E. Stewart (Angry Birds 2: O Filme) baseado nos personagens criados por Joe Ruby e Ken Spears (para o estúdio de William Hanna & Joseph Barbera) sendo o primeiro passo no projeto de reunir os personagens da Hanna-Barbera num grande universo compartilhado nas telas, no melhor estilo Marvel**.

 Dick Vigarista: O vilão-mor deste lado da Hanna-Barbera...

 Dick pretende usar Scooby para resgatar o seu fiel parceiro Mutley...

Temos um prólogo mostrando na infância um jovem Norville “Shaggy“ Rogers, conhecendo um Scooby filhote (e adotando-o para que este não vá para a carrocinha) na praia de Venice, California e no Halloween conhecem Fred, Daphne Velma e desvendam o seu primeiro caso, o que os leva a formarem a equipe, e aí após uma genial recriação da abertura do desenho original, vemos a passagem do tempo, embalada pela trilha musical de Junkie XL (Máquinas Mortais) e o crescimento dos personagens até se tornarem aqueles a que estamos acostumados, afinal, por melhores que fossem os live-actions e o CGI, Scooby-Do é em sua essência, uma animação, e é a animação que melhor traduz o espírito desses personagens. Talvez quando baixar a poeira e o faturamento, a Disney também entenda isso...

 Direção de arte: Aqui vemos uma versão estilizada de Venice,
região praiana na california numa visão atemporal
...

 Ancestralidade: São reveladas as raízes do clã canino de Scooby...



Voltando à trama, o grupo sofre um racha, fazendo Shaggy (voz de Will Forte de Uma Aventura Lego) e Scooby-Doo (voz de Frank Welker da cinesérie Transformers) saírem do grupo, passando a ser caçados por uma horda de mini-robôs qe querem capturar Scooby, sendo salvos por nada mais, nada menos do que o Falcão Azul (Mark Wahlberg de Ted) ou, na realidade, o filho do Falcão original, que conta com um Bionicão (Ken Jeong de Podres de Ricos) bastante crítico quanto às suas habilidades heróicas. Estre trio de paladinos tem como cola que os mantém unidos a sua assistente Dee Dee Sykes (Kiersey Clemons de O Mistério da Ilha) e intrigados investigam quem está por trás desses ataque.

Design: Aqui vemos a nova, e mais tunada, versão da Máquina do Mal
 
de Dick Vigarista
...

 ... que remonta ao dsign do carroo do desenho A Corrida Maluca,
que tanto curtimos na
infância...


Neste meio tempo Velma Dinkley (voz de Gina Rodriguez de Jane the Virgin) , Fred Jones (Zac Efron de Ted Bundy: A Irresistível Face do Mal) e Daphne Blake (Amanda Seyfried de Anon) se dão conta que a Mistério S.A. Não é a mesma sem Shaggy e Scooby e partem à sua procura enfrentando desencontros até se reunirem todos e enfrentarem o vilão-mor deste universo: Dick Vigarista (Jason Isaacs de Star Trek: Discovery) que vê nas origens de Scooby, a chave para resgatar o seu “fiel” parceiro Mutley(Billy West de Futurama). Numa das paradas dessa aventura ainda temos uma participação especial do Capitão Caverna (Tracy Morgan de Tiras em Apuros) entre fugas, reviravoltas e portais inter-dimensionais, entrecortadas habilmente pela edição de Ryan Folsey (Lego Ninjago: O Filme) e Vanara Taing (Delinquent), colocando à prova tanto a lealdade antre os amigos quanto a segurança do novo Falcão Azul sobre ser ele um herói à altura do seu legado paterno.

 Sonho de consumo: Uma loura linda e misteriosa aparece
para abalar a união de Fred e Dafne
...


O desenho de produção de Michael Kurinsky (Hotel Transilvânia 2), a direção de arte de Emil Mitev (Cada Um na Sua Casa) e os efeitos visuais da Rocket Science 3D dão o tom certo de cor, detalhamento e textura que a animação pede, não sendo tão rica quanto as da Disney/Pixar ou da Dreanworks mas aqui isto não é demérito, pois esteticamente assume-se como uma animação que não quer se passar por filme.

 Participação especial: ALém do Falcão Azul & Bionicão, outro
herói que dá o ar de sua graça é o Capitão Caverna...


Ao final, se não é perfeito, Scooby! fecha bem aquilo a que se propõe, deixando abertas as portas, nas cenas dos créditos finais da criação do universo compartilhado da Hanna-Barbera, e esperemos que a Warner (agora proprietária desses personagens) saiba escolher de forma adequada, um mix que interaja de forma orgânica com a turma da Máquina do Mistério e assim, criem uma série em separado com os seus personagens mais heróicos como Space Ghost, Jonny Quest, Os Herculóides e outros como conseguiram fazer nos quadrinhos.

O desafio está lançado.



Notas:

 Supernatural: A dupla Sam & Dean Winchester (e Castiel) interagem
 com os
heróis de sua infância...


*: Na 13ª temporada, no 16º episódio: “Scoobynatural”a dupla Dean e Sam Winchester (e o parça Castiel) são sugados para dentro de uma TV amaldiçoada e viram personagens animados interagindo com os personagens. A trama deste episódio é baseada no episódio ”A Night of Fright Is No Delight”que foi o 16ºepisódio da série original em 1970.



 Quadrinhos: A DC Comics deu um novo gás aos heróis de nossa
infância, em alguns casos em repaginações controversas...


**: Nos quadrinhos este esforço já rendeu frutos, via DC Comics com as séries Corrida Maluca reimaginando o conceito do desenho num universo similar aos filmes da série Mad Max, com roteiro de Ken Pontac e desenhos de Leonard Manco; Os Flintstones, como uma comédia de costumes com roteiro de Mark Russel e desenhos de Amanda Conner; Scooby-Doo Apocalipse, colocando a Mistério S.A.Enfrentando uma praga global, com roteiro de Keith Giffen & J. M. Dematteis e desenhos de Howard Potter; e Future Quest com roteiro de Jeff Parker e desenhos de Evan Shaner & Steve Rude, e que até agora se mostrou a mais bem sucedida, reunindo numa mesma história os personagens de Jonny Quest, Space Ghost, Homem-Pássaro, Galaxy Trio, O Poderoso Mightor, Frankenstein Jr. e Os Impossíveis.